segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Apavorado, eu........?

Confesso que tremi nas bases.

Sabado de carnaval, 13 de fevereiro de 2010. Última apresentação do show "Eu te conheço, Carnaval!", selecioando pela Secma para a programação oficial da temporada em São Luís. Bacana. Quatro apresentações distribuidas por palcos espalhados pela cidade.
Começamos pela Nauro Machado, depois fomos à Vila Embratel, na sequência Praça da Saudade, e finalmente, Praça Deodoro, coração de São Luis, reabilitada, este ano, como cenário carnavalesco legitimo desde muitas decadas.
Pra começar o dia folias no aniversário de Dona Engrácia, minha mãe, no alto de seus oitenta e quatro aninhos. Circo armado com direito a feijoda de Dona Virginia, sob a providencial proteção de uma tenda preventiva que ninguém sabe lá do que São Pedro é capaz num sabado de carnaval maranhense. Osmar Furtado, trombonista conterranêo cajariense, contratado com mais uns dois ou tres cabras bons de bico pra fazer o pau comer nas jardineiras porque estais tão triste, cabeleiras de zezés, máscaras negras e tudo mais....
Eu, sorrateiro, tratei logo na chegada de reservar uma bela garrafa do único vinho disponivel na ocasião, por sinal branco, o que já não é indicado para meus indices conorários, mas vamos lá que quem não tem cão caça mesmo é com o que tem por gasto e o meu gato já estava engarrafado e pegando jeito no congelador. Dei conta dela até na hora de sair pra botar o fofão e rumar pra Deodoro feliz da vida. Nesse pequeno intervalo sobraram algumas inevitáveis fonações pela quantidade de gente presente a cumprimentar.
Chegando na Deodoro logo me precavi com um reforço energético, desses enlatados que se compra em qualquer bodega da cidade, virado de vez que a hora é essa. E lá fui eu para o ultimo round de minha temporada momesca.
Primeira parte do show: Tudo na maior. Marcha rancho pra passar do bloco tradicional para os frevos e marchinhas quando na segunda musica do set me vem um alarme das pregas vocais na região aguda das emissões. A nota alta não saía. O que vinha era um som bem mais grave totalmente descontrolado. Aí não prestou mais. Tentei de novo. Nova esgorregadela traiçoeira. E de novo. E de novo. Caracas, meu.....
Eu que nunca tinha encarado o fato de por qualquer motivo ficar impossibilitado de cantar, tremi nas bases. Jamais imaginei que pudesse ter uma reação tão incongruente quanto as sensaçõs de fragilidade e impotência das quais me vi tomado. Uma só questão me inquetou daí em vante: como suportar um impedimento desses?
Uma constatação e uma descoberta selaram o resto daquela, à partir de então, emblemática noite.
A constatação:
Semprei achei que cantar pra mim fosse um recurso secundário. Me acreditava compositor e somente a isso me agarrei para tocar a vida adiante.
A descoberta:
Meu cantar é minha capsula de viver. Sem cantar não me realizo como gente. Muito menos como compositor. Só cantando minha obra se concretiza, e o mundo pode ter algum sentido.

Devo essa a quem me deu assas!.......

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mako - Engenho de Flores


Decima sétima gravação de Engenho de Flores.

Incluida pela cantora japonesa radicada no Brasil, Mako, em seu cd, Algumas Cores, tendo Israel Dantas como um dos músicos/arrajadores e produtor. Participam também outros dois maranhenses: Zé Américo e Papete. Click cá para baixar e ouvir o resultado Engenho de Flores - Mako - Algumas Cores

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Papa "Wemba" é pop - Congo - Kaokoko Korobo

Com a palavra David Lewis, para Reuters, em 30/07/2004

CENÁRIO MUSICAL CONGOLÊS
Papa Wemba foi membro de destaque do dinâmico cenário musical congolês nos anos 1970, antes de mudar-se para a Europa, onde fez nome fundindo os ritmos africanos tradicionais com música pop, gravando discos e fazendo turnês em todo o mundo.
Embora viva na Europa há quase duas décadas, ele volta sempre ao Congo e mantém vínculos fortes com seu país, onde, durante os anos de sofrimento da população, sempre foi visto pelos jovens como símbolo da possibilidade de escapar das dificuldades.
Num país cuja guerra mais recente terminou há apenas dois anos e deixou pelo menos 3 milhões de mortos, em sua maioria de fome e doenças, a culpa ou não de Papa Wemba não parece ter grande importância. Ele continua a ser visto como herói, de qualquer maneira.
"Mesmo que ele tenha feito aquilo, isso mostra que ele ama o povo congolês. Pelo menos ele é patriota e tenta ajudar o povo", disse um camelô em Matonge, o bairro de Kinshasa onde Papa Wemba cresceu.
ÍCONE POPULAR
Numa época em que a população despreza os líderes que os fizeram sofrer anos de ditadura, guerra civil e uma difícil transição para a democracia, Papa Wemba é um ícone popular.
Nas ruas empoeiradas e decadentes de Matenge se espalham faixas dando as boas-vindas ao herói.
Foi ali que Papa Wemba cresceu, e, apesar de sua fama e riqueza, é para lá que ele sempre retorna, dizem os moradores do bairro.
"Mesmo quando ele estava preso, ele escrevia para mim. Papa Wemba nunca perdeu o contato conosco", conta Gele Siasia, 51 anos, um vizinho desempregado que conta que jogava bola com o cantor quando os dois eram crianças e que ainda o vê como irmão mais velho.
PAPA WEMBA PARA PRESIDENTE
Os moradores dizem que ele ajuda a comunidade quando há problemas, dá apoio a atividades voltadas aos jovens e, em alguns casos, intervém quando o governo não consegue consertar ruas ou restabelecer o fornecimento de energia elétrica.
Alguns congoleses chegam a sugerir que a popularidade de Papa Wemba e o mau desempenho dos governantes justificariam a entrada do artista para a política.
Para outros, porém, ele já faz o suficiente: "Ele já é nosso líder, mas é principalmente músico, e preferimos que ele continue assim. Se fosse político, a gente nunca o veria", disse Siasia.
O "filho da nação" não é homem de medir suas palavras. Ele critica os empresários por ignorar os talentos nacionais e obrigar músicos jovens a lutar sozinhos para fazer seus nomes.
Mas Papa Wemba diz que não vai fazer campanha nas eleições marcadas para 2005.
"Precisamos ter essa eleição para podermos escolher nosso presidente", diz ele. "Mas eu nunca serei presidente. Estou contente com o lugar que ocupo."