Impressões desalinhadas sobre o projeto Conexões musicais, cuja segunda edição [31/7] uniu em show os talentos de Ceumar e Tássia Campos.
A porta do Teatro João do Vale demorou um pouco a abrir e eu imaginei qualquer probleminha. O tamanho da fila me surpreendeu. “São os pais dos guris que vêm ao Chez Moi”, brincou minha mulher – “não gosto de fila nem para receber dinheiro”, costumo dizer, e estranho os adolescentes, sucessivas sextas-feiras pagando aquele mico.
Fiquei em pé, como quem não quer nada, ali pelos arredores. Ao comprar meu ingresso, um espanhol, num razoável portunhol me pediu, por acaso, informações sobre o show. Quem era, o que cantava etc. Respondi a tudo com bastante entusiasmo e recomendações e ele desembolsou os R$ 25,00 para ver/ouvir Ceumar.
Sabia que a mineira tem público razoável em São Luís, mas fiquei positivamente surpreso. A província ludovicense não aguenta mais de um evento no mesmo dia e sábado passado (31/7) estavam na ilha Eric Donaldson, Capital Inicial, sei-lá-que-praga-do-forró e ainda a volta do Clube do Choro Recebe, com atrações locais, além de Geraldo Azevedo ter se apresentado no dia anterior.
Topei alguns conhecidos antes de adentrar o hall do teatro, identifiquei outros na plateia, completamente cheia. O projeto Conexões Musicais, da Musikália Produções de Gilberto Mineiro, marcaria, nesta edição, o encontro do talento mineiro – ora radicado na Holanda – de Ceumar com a, segundo o material de divulgação, “voz revelação da Ilha” Tássia Campos.
Em qualquer hipótese, era algo imperdível: para quem conhecia a ambas – caso deste blogueiro –, para quem conhecia uma delas ou para quem – caso do espanhol – nunca tinha ouvido falar de uma ou outra. Tássia Campos, amém, tem se dedicado mais à música. Gravando disco de estreia, aparece vez ou outra nos palcos ilheus. Arrebatou o público, logo na primeira música, acompanhada apenas pelo teclado de Rinaldi, em uma interpretação matadora para Mais simples (José Miguel Wisnik).
A escolha antecipava ao público: a moça não é fácil, o repertório, lógico, não seria óbvio. Na sequência João Simas (violão) entrou em cena e Tássia Campos passou ainda por Vitor Ramil (Viajei), Maurício Pacheco (Eu sou melhor que você) e Otto (Crua com direito ao “fudia” da letra original).
Uma gravação explicava o porquê do nome de Ceumar – Meu nome é o nome de seu novo disco, autoral, ao vivo, voz e violão – antes de ela subir ao palco. Íntima do público ludovicense, dona da situação, desfilou um repertório baseado no deste mais recente – e bonito e ousado – disco. Sempre conversando com a plateia que, outra surpresa minha, cantou direitinho todas as músicas. Aqui e acolá faixas de seus outros trabalhos, aqueles clássicos que não podem ficar de fora – Dindinha (Zeca Baleiro), O seu olhar (Arnaldo Antunes/ Paulo Tatit), entre outras – além de Bacurau pragueiro (Josias Sobrinho), música dele que ela não gravou. “Ainda”, como frisou.
O compositor maranhense, aliás, roubou a cena. Além da inédita – na voz dela – e de As ‘perigosa’ – cantada no bis com Tássia Campos e Ben Mendes (saxofone), seu benzinho, o marido holandês, que já havia aparecido em duas músicas durante o show –, ela ainda emendou Engenho de flores à Oração do anjo. Os poucos-mas-fieis leitores deste blogue que me perdoem: estava lá de fã, não de jornalista, daí alguns fatores fora de ordem – não alteram o produto – e omissões. A vantagem, se é que assim podemos dizer, é que deixei para beber somente depois do show.
Somadas as apresentações e os bises, Ceumar e Tássia Campos cantaram por quase duas horas. Apesar da farra-miúda-pós-espetáculo, cheguei em casa, já era agosto. Não haveria melhor trilha sonora para julho acabar.
A porta do Teatro João do Vale demorou um pouco a abrir e eu imaginei qualquer probleminha. O tamanho da fila me surpreendeu. “São os pais dos guris que vêm ao Chez Moi”, brincou minha mulher – “não gosto de fila nem para receber dinheiro”, costumo dizer, e estranho os adolescentes, sucessivas sextas-feiras pagando aquele mico.
Fiquei em pé, como quem não quer nada, ali pelos arredores. Ao comprar meu ingresso, um espanhol, num razoável portunhol me pediu, por acaso, informações sobre o show. Quem era, o que cantava etc. Respondi a tudo com bastante entusiasmo e recomendações e ele desembolsou os R$ 25,00 para ver/ouvir Ceumar.
Sabia que a mineira tem público razoável em São Luís, mas fiquei positivamente surpreso. A província ludovicense não aguenta mais de um evento no mesmo dia e sábado passado (31/7) estavam na ilha Eric Donaldson, Capital Inicial, sei-lá-que-praga-do-forró e ainda a volta do Clube do Choro Recebe, com atrações locais, além de Geraldo Azevedo ter se apresentado no dia anterior.
Topei alguns conhecidos antes de adentrar o hall do teatro, identifiquei outros na plateia, completamente cheia. O projeto Conexões Musicais, da Musikália Produções de Gilberto Mineiro, marcaria, nesta edição, o encontro do talento mineiro – ora radicado na Holanda – de Ceumar com a, segundo o material de divulgação, “voz revelação da Ilha” Tássia Campos.
Em qualquer hipótese, era algo imperdível: para quem conhecia a ambas – caso deste blogueiro –, para quem conhecia uma delas ou para quem – caso do espanhol – nunca tinha ouvido falar de uma ou outra. Tássia Campos, amém, tem se dedicado mais à música. Gravando disco de estreia, aparece vez ou outra nos palcos ilheus. Arrebatou o público, logo na primeira música, acompanhada apenas pelo teclado de Rinaldi, em uma interpretação matadora para Mais simples (José Miguel Wisnik).
A escolha antecipava ao público: a moça não é fácil, o repertório, lógico, não seria óbvio. Na sequência João Simas (violão) entrou em cena e Tássia Campos passou ainda por Vitor Ramil (Viajei), Maurício Pacheco (Eu sou melhor que você) e Otto (Crua com direito ao “fudia” da letra original).
Uma gravação explicava o porquê do nome de Ceumar – Meu nome é o nome de seu novo disco, autoral, ao vivo, voz e violão – antes de ela subir ao palco. Íntima do público ludovicense, dona da situação, desfilou um repertório baseado no deste mais recente – e bonito e ousado – disco. Sempre conversando com a plateia que, outra surpresa minha, cantou direitinho todas as músicas. Aqui e acolá faixas de seus outros trabalhos, aqueles clássicos que não podem ficar de fora – Dindinha (Zeca Baleiro), O seu olhar (Arnaldo Antunes/ Paulo Tatit), entre outras – além de Bacurau pragueiro (Josias Sobrinho), música dele que ela não gravou. “Ainda”, como frisou.
O compositor maranhense, aliás, roubou a cena. Além da inédita – na voz dela – e de As ‘perigosa’ – cantada no bis com Tássia Campos e Ben Mendes (saxofone), seu benzinho, o marido holandês, que já havia aparecido em duas músicas durante o show –, ela ainda emendou Engenho de flores à Oração do anjo. Os poucos-mas-fieis leitores deste blogue que me perdoem: estava lá de fã, não de jornalista, daí alguns fatores fora de ordem – não alteram o produto – e omissões. A vantagem, se é que assim podemos dizer, é que deixei para beber somente depois do show.
Somadas as apresentações e os bises, Ceumar e Tássia Campos cantaram por quase duas horas. Apesar da farra-miúda-pós-espetáculo, cheguei em casa, já era agosto. Não haveria melhor trilha sonora para julho acabar.
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